Nos últimos anos tem-se assistido a uma escalada na subida do preço do Petróleo. Embora muitas vezes de forma não assumida, na tentativa de controlar esta fonte de energia têm-se assistido ao desenrolar de alguns conflitos no mundo.
Resultado da queima de combustíveis fósseis e do consequente efeito de estufa, as alterações climáticas estão na ordem do dia. Quioto veio precisamente colocar a mão na consciência do mundo ocidental. Nunca como na actualidade se consumiram tantos recursos para a manutenção do conforto a que nos habituámos e de que não queremos abdicar.
Numa tentativa de libertação do conceito de sociedade centrada no petróleo, o recurso às fontes alternativas de energia está na ordem do dia. Só muito recentemente se começaram a debater conceitos como o da “Arquitectura Bioclimática”.
A arquitectura bioclimática, tem como princípio fundamental a integração construtiva no contexto ambiental climatérico e biológico. A origem desta arquitectura está na arquitectura tradicional, baseada na ancestral arte de construir. Assim, os conceitos básicos são importados de uma época em que a inexistência de tecnologias de climatização e iluminação artificiais implicavam uma construção eficiente, optimizada para o local de implantação. As construções vernaculares, ao contrário de grande parte da arquitectura mais recente, não existem graças a abstracções formais a cujo processo de elaboração foi posteriormente atribuído um método construtivo. Na arquitectura vernacular, não se trata de aparência mas sim da existência. No vernacular estamos perante um artefacto físico que nele tem contida a continuada evolução tecnológica e social em que foi construído e desenvolvido. Uma espécie de herança genética. Quem, em pleno verão, já não se deliciou com a sombra fresca de uma ramada? Quem em pleno Inverno não se regalou com o conforto térmico emanado de uma vidraça?
Rafael Carvalho Dez/2007
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