Foto: Ucanha, Tarouca
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A arquitectura tradicional, à semelhança de muita outra que não o é, é de carácter eminentemente funcional.
O carácter funcional da arquitectura tradicional torna-a despojada de adornos.
No Douro, os poucos adornos que existem surgem normalmente isolados. Estes motivos não põem por isso em causa a simplicidade dos modelos arquitectónicos, uma vez que não constituem um fim em si mesmo. Neste contexto o adorno humaniza o modelo, acentua proporções e valoriza as suas superfícies.
São exemplos de adornos os pináculos à entrada dos quinteiros bem como os balaústres em madeira das varandas, recortados segundo motivos geométricos. Não raras vezes, a data de construção dos edifícios inscrita na padieira das portas surge decorada. Frequentes são os caracóis petrificados no remate das escadas do acesso ao alpendre do primeiro andar de algumas casas. E o que dizer das cortinas rendadas nalgumas janelas, inspiradas em motivos animais e vegetais, geométricos, envolvendo rotações, simetrias e translações, provando que as noções Matemáticas não são exclusivas das classes culturalmente favorecidas? Também geométricos são os motivos presentes em algumas das gelosias de madeira. As clarabóias, presentes sobretudo em meio urbano, exibem muitas das vezes um laborioso trabalho em ferro forjado, também presente em cata-ventos. Suportando vasos floridos, os poiais em pedra alegram as janelas. Típicos do Douro são os caibros em madeira esculpidos, que suportam o beiral de muitos telhados.
Estes modestos e ingénuos acessórios da arquitectura popular dão alegria e encanto, contribuindo para afirmar e individualizar a arquitectura regional.
Provam também que independentemente do espaço, do tempo e das condições económicas, a apetência para a beleza é inerente à condição humana.
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O carácter funcional da arquitectura tradicional torna-a despojada de adornos.
No Douro, os poucos adornos que existem surgem normalmente isolados. Estes motivos não põem por isso em causa a simplicidade dos modelos arquitectónicos, uma vez que não constituem um fim em si mesmo. Neste contexto o adorno humaniza o modelo, acentua proporções e valoriza as suas superfícies.
São exemplos de adornos os pináculos à entrada dos quinteiros bem como os balaústres em madeira das varandas, recortados segundo motivos geométricos. Não raras vezes, a data de construção dos edifícios inscrita na padieira das portas surge decorada. Frequentes são os caracóis petrificados no remate das escadas do acesso ao alpendre do primeiro andar de algumas casas. E o que dizer das cortinas rendadas nalgumas janelas, inspiradas em motivos animais e vegetais, geométricos, envolvendo rotações, simetrias e translações, provando que as noções Matemáticas não são exclusivas das classes culturalmente favorecidas? Também geométricos são os motivos presentes em algumas das gelosias de madeira. As clarabóias, presentes sobretudo em meio urbano, exibem muitas das vezes um laborioso trabalho em ferro forjado, também presente em cata-ventos. Suportando vasos floridos, os poiais em pedra alegram as janelas. Típicos do Douro são os caibros em madeira esculpidos, que suportam o beiral de muitos telhados.
Estes modestos e ingénuos acessórios da arquitectura popular dão alegria e encanto, contribuindo para afirmar e individualizar a arquitectura regional.
Provam também que independentemente do espaço, do tempo e das condições económicas, a apetência para a beleza é inerente à condição humana.
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Rafael Carvalho / Mar2008
2 comentários:
curioso tenho uma foto da mesma janela mas com cisnes, http://www.fernandogabriel.net/blog/index.php?entry=entry110116-130148
os meus parabéns pelo blog e pela pesquisa
Fernando,
bem apanhado!
A janela é mesmo a mesma.
Dei uma vista de olhos aos seus projectos (http://www.fernandogabriel.net/). Fiquei deliciado.
Cumprimentos.
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