Foto: Castelo de Beja – imagem obtida aqui
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Transcrevo do Jornal "Público", de 17 de Junho, uma notícia representativa de um exemplo de boas práticas relativas à salvaguarda do património, praticado desta feita pela Câmara Municipal de Beja. Que este exemplo se multiplique de Norte a Sul do país.
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«Beja vai gastar dez milhões para requalificar centro histórico»
Carlos Dias
"É uma das primeiras acções de um projecto que tem por objectivo regenerar e requalificar o segundo centro urbano mais populoso do Alentejo
Não é uma iniciativa inédita, mas há vários anos que o município de Beja suporta do ponto de vista financeiro as propostas dos proprietários de edifícios localizados no centro histórico que pretendam restaurar ou trocar portas e janelas. Os apoios estendem-se a propostas que proponham a recuperação de chaminés, pátios, miradouros, pela salvaguarda de uma área da cidade onde prevalece um vasto património arquitectónico e histórico.Uma vez que se trata do segundo centro urbano mais populoso do Alentejo, impunha-se a criação do Programa de Recuperação de Pormenores Notáveis no Centro Histórico de Beja, para tentar consciencializar os moradores da inconveniência estética que resulta do uso de materiais plásticos e alumínios em portas e janelas. O novo programa persegue o regresso às portas e janelas de madeira, material tradicional nas casas alentejanas.
A responsável pela Divisão da Administração Urbanística do Município, Ana Maria Ramôa, explica que o subsídio que é entregue aos proprietários das casas localizadas no centro histórico da cidade "não se resume à comparticipação de uma parte dos custos, mas antes ao valor integral da porta ou da janela nova". O valor máximo dos encargos a atribuir para uma troca de janela é de 374 euros, enquanto a substituição de uma porta pode chegar aos 748 euros.
Esta iniciativa representa como que o arranque de um projecto mais vasto que a autarquia vai candidatar aos fundos comunitários, para financiamento de uma acção mais profunda que vai implicar um investimento, até 2013, de 9,6 milhões de euros, e que arranca com a requalificação e regeneração do bairro da Mouraria da cidade de Beja, onde grande parte das velhas casas está desocupada e não apresenta condições de habitabilidade em função das exigências actuais. A solução encontrada passa pela junção de lotes que permitam a ampliação dos espaços residenciais, mas sem modificar a sua volumetria ou as características arquitectónicas.
As novas habitações vão ser ocupadas por estudantes do programa Erasmus, estudantes de arte recém-formados que terão ao seu dispor ateliers de trabalho que serão extensivos a técnicos e especialistas que procurem a cidade de Beja para viver. Também os deficientes que estejam em condições de vida autónoma, vão ter acesso a uma área residencial com 12 fogos."
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