Foto: Alvações do Corgo, Santa Marta de Penaguião
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No Douro manda a tradição que se pendure uma ferradura no topo interior da porta de entrada.
Relativamente ao objecto retratado na imagem, o dono não se inibiu e para felicidade minha, fotógrafo de ocasião, pendurou-o no exterior à vista dos transeuntes.
Pendurar uma ferradura na porta, símbolo de sorte, tem certamente os dias contados. Este costume ainda se mantém à custa da reutilização de ferraduras, vestígio do tempo em que o gado cavalar, asinino e muar, usado no trabalho agrícola, transporte ou lazer, reinava nas nossas povoações.
A ferradura nas velhas azenhas e nos barracões agrícolas é de presença obrigatória, surgindo muitas vezes não só na porta de entrada como entalada nas pedras das paredes, o que se deve à ancestral presença das ditas bestas junto das referidas instalações.
Evidentemente que o uso da ferradura como símbolo de sorte não é exclusivo do Douro.
Já na antiga Grécia a ferradura era considerada um talismã, porque era de ferro, metal que o povo acreditava proteger contra qualquer mal.
Reza a lenda que São Dunstan de Canter-bury (924-988), arcebispo inglês, teria colocado ferraduras no demónio, só as retirando depois do próprio belzebu prometer que nunca mais se aproximaria desses objectos.
Rafael Carvalho / Abr2008
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