Foto: Santiago, concelho de Aveiro
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Abandonando temporariamente o Douro, dirijo-me hoje a Aveiro, terra de sal, minha Terra Natal.
O palheiro das salinas aveirenses era uma casa rudimentar, de planta rectangular, edificada com tábuas de pinho, dispostas em escama horizontal. O telhado, inicialmente de bajunça (a) ou estorno (b), foi substituído por madeira, obedecendo ao mesmo esquema de aplicação das paredes. Posteriormente, passou a ser coberto por telha de canudo ou mesmo telha marselha, como no palheiro da imagem.
Por vezes o palheiro ostenta, por cima da porta, o nome da marinha a que pertence.
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O chão de terra batida era coberto com bajunça ou junco. Actualmente alguns palheiros apresentam revestimento do solo com mosaico cerâmico.
Ao longo dos tempos, a função primordial do palheiro foi o armazenamento dos instrumentos de salinagem.
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(a) Bajunça – Planta semelhante ao junco, que nasce nas margens e ilhas da Ria. Esta planta era utilizada na cobertura tradicional dos montes de sal, no fim da safra, a fim de os proteger da chuva.
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(b) Estorno – Planta que nasce em solo arenoso e que desempenha um papel primordial na fixação das areias das dunas.
Rafael Carvalho / Abr2009
2 comentários:
Este está impecavelmente pintado. Ainda mantém a função de armazém?
Ou terá sido reciclado para outras funções?
Cumprimentos
Júlia,
realmente a pintura está impecável. As cores fortes, em determinados contextos arquitectónicos, são sem sombra para dúvida uma mais-valia.
Este palheiro serve efectivamente de armazém, apoiando a salina visível na segunda imagem.
Cumprimentos para o sul, algures Entre Tejo e Odiana.
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