Foto: Bemposta / Mogadouro
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Habitante do Alto-Douro no seu curso médio, há muito ansiava
conhecer a montante um pouco melhor a região de Miranda e Bemposta. Fi-lo
durante um fim-de-semana no verão passado. Este ano vou lá voltar. As
referências são para mim muitas – os meus sogros por lá iniciaram a vida.
A modesta casa da imagem encontrei-a na parte alta de
Bemposta. A precisar que lhe lavem a cara, achei-a contudo curiosa. Como
cobertura possui apenas uma única água. Como vão uma única porta. Sorte teve o
gato que não foi esquecido – cliquem na imagem para a ampliar, olhem bem para a entrada e adivinhem porquê. O
contraste entre o tosco reboco e a alvenaria de pedra circundante ajuda ao
enquadramento. A fraga à esquerda ajuda a preservar a identidade do local.
Comentava uma velha senhora, orgulhosa da sua terra, que Bemposta
evoluiu muito nos últimos anos. A proliferação de habitações novas na periferia
seria a prova de tal afirmação.
Na continuação da conversa não lhe disse o que me ia na
alma: O abandono do centro histórico promovido pela construção de novas habitações,
sem alma e de gosto duvidoso, descontextualizadas e desenraizadas constitui para
mim um nítido retrocesso.
Rafael Carvalho / mar2012
6 comentários:
Temos um património a desaparecer perante uma civilização inerte, acomodada ao cimento e ao plástico.
Um drama do mundo actual que nos envergonha.
Estranha casa, parece uma fortaleza. As chaminés são muito interessantes.
Cumprimentos
J Pinto,
também temos bons exemplos! Pena é que não se multipliquem...
Júlia,
também eu reparei nas chaminés. Em Bemposta existem mais do mesmo tipo.
Cumprimentos a ambos.
Hola:
estuve el verano pasado fotografiando esta casa también. Creo que es una abertura realizada en las antiguas murallas dionisianas del siglo XIII.
Este blog resulta muy útil para mí.
Anastasia,
comentava acima a amiga Júlia Galego que a casa parece uma fortaleza. Se a fachada resulta de uma abertura realizada nas antigas muralhas dionisianas, do século XIII, está justificado.
Temos em comum o gosto pelo Douro, pelas suas gentes e pelo seu património histórico e natural.
Volte sempre.
Moito obrigada:
la pena es que no me expreso en portugués. Uno de los lenguajes literarios más expresivos y con más fuerza.
Soñar, soñar con Trás-os-Montes.
Um abraço.
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