terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Boas Práticas - Univ. Aveiro e Câmara querem reabilitar centro histórico

O caso não se passa no Douro mas, como exemplo de boas práticas, fica o registo.
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Alunos e investigadores do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro (UA) têm vindo a colaborar com a Câmara Municipal de Aveiro (CMA) no estudo do edificado do centro histórico da cidade. O objectivo, através da análise dos edifícios, é promover a reabilitação do património como uma hipótese viável, sensibilizando assim potenciais intervenientes.
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De acordo com a UA, através destes estudos, pretende-se desenvolver técnicas e conhecer os materiais usados, permitindo assim a realização de obras económicas e eficazes. “Não se pode reabilitar sem conhecer o existente. Esse trabalho tem de ser feito com calma, paciência e sensibilidade”, afirma Aníbal Costa, um dos coordenadores desta parceria. “Hoje em dia não há tempo para parar e pensar, a construção civil é uma indústria”, prossegue.
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A colaboração entre a Universidade e a CMA tem-se processado de forma dinâmica: a autarquia alerta os investigadores acerca de oportunidades de estudo e requer pareceres, mas também acolhe propostas. Por exemplo, a edilidade requisitou o auxílio do Departamento de Engenharia Civil na reabilitação da cobertura da zona do altar da Sé de Aveiro e do Museu de Aveiro, ao mesmo tempo que proporcionou duas situações de demolição controlada, em 2007.
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“Através das demolições controladas, quando já não há alternativa, podemos obter muitos dados sobre o comportamento das construções”, esclarece Aníbal Costa. Estes estudos têm particular importância na medida em que as construções em causa eram parcialmente feitas de adobe, um elemento composto de terra e cal, que se estima fazer parte de 25 a 40 por cento dos edifícios do distrito. Como caiu entretanto em desuso, o que está em causa é o património da região.
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A autarquia acedeu também a que alunos da cadeira de Patologia das Construções (leccionada por Aníbal Costa) estudassem construções na zona da Avenida Lourenço Peixinho, avaliando-as. Dessa forma, ficam desde já disponíveis estudos sobre essas habitações, nomeadamente em termos de estruturas e materiais. Está também em desenvolvimento uma tese de Mestrado que irá juntar todos os dados recolhidos, de forma georeferenciada. No futuro, a investigação poderá dar origem a que no sítio da CMA se possam visualizar as fichas completas das casas.
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A execução destes trabalhos permite que facilmente sejam executados orçamentos de reabilitação, bem como reduzir enormemente o tempo gasto na fase de estudo. “O grande problema da reabilitação é que quando queremos estudar o edifício não se sabe nada sobre ele”, esclarece o Professor.
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O Departamento de Engenharia Civil tem, com esta actividade, produzido vários artigos científicos, nomeadamente sobre a resistência de materiais, ao mesmo tempo que cumpre o seu papel de relacionamento com a comunidade.
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2008/01/31

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