Foto: Reserva Botânica de Cambarinho, Vouzela
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Já há diversos anos sabia da existência da Reserva Botânica de Cambarinho. Como utente do IP5, actual A25, ofuscado pelos eucaliptos australianos que lamentavelmente reinam na zona, durante anos a fio passei com desprezo a seu lado. Finalmente surgiu a oportunidade de a visitar e também o lamento de só agora o ter feito.
De olhos escancarados e boca aberta, de espanto entenda-se, descobri o vale encantado da ribeira do Cambarinho e do rio Alcofra. Filo quase cem anos após a ciência ter descoberto os primeiros rododendros na zona. Ironicamente eles já lá estavam há dois milhões de anos, desde o Terciário. Os rododendros (Rhododendron ponticum ssp baeticum) são conhecidos localmente como loendros, o que tem causado alguma confusão dado ser este também o nome comum pelo que é conhecida a espécie Nerium oleander, bastante mais vulgar no nosso país.
Os rododendros distribuem-se ao longo das linhas de água. Ocupam zonas bastante húmidas povoadas de fetos e musgos, mas não encharcadas, sendo especialmente exuberantes quando constituem o sub-bosque dos carvalhais (carvalho negral ou roble) aí existentes.
A nível mundial, a maioria das espécies de Rhododendron habita zonas pluviosas de clima sub-tropical, principalmente no maciço dos Himalaias. O Rhododendron ponticum outrora proliferava em vastas extensões da Europa. Actualmente encontra-se apenas em núcleos residuais do Sudeste Europeu e parte da Ásia Menor (Rhododendron ponticum ssp ponticum), bem como na Península Ibérica - Serra do Caramulo, Serra de Monchique e em Cadiz, Sul de Espanha (Rhododendron ponticum ssp baeticum).
Já há diversos anos sabia da existência da Reserva Botânica de Cambarinho. Como utente do IP5, actual A25, ofuscado pelos eucaliptos australianos que lamentavelmente reinam na zona, durante anos a fio passei com desprezo a seu lado. Finalmente surgiu a oportunidade de a visitar e também o lamento de só agora o ter feito.
De olhos escancarados e boca aberta, de espanto entenda-se, descobri o vale encantado da ribeira do Cambarinho e do rio Alcofra. Filo quase cem anos após a ciência ter descoberto os primeiros rododendros na zona. Ironicamente eles já lá estavam há dois milhões de anos, desde o Terciário. Os rododendros (Rhododendron ponticum ssp baeticum) são conhecidos localmente como loendros, o que tem causado alguma confusão dado ser este também o nome comum pelo que é conhecida a espécie Nerium oleander, bastante mais vulgar no nosso país.
Os rododendros distribuem-se ao longo das linhas de água. Ocupam zonas bastante húmidas povoadas de fetos e musgos, mas não encharcadas, sendo especialmente exuberantes quando constituem o sub-bosque dos carvalhais (carvalho negral ou roble) aí existentes.
A nível mundial, a maioria das espécies de Rhododendron habita zonas pluviosas de clima sub-tropical, principalmente no maciço dos Himalaias. O Rhododendron ponticum outrora proliferava em vastas extensões da Europa. Actualmente encontra-se apenas em núcleos residuais do Sudeste Europeu e parte da Ásia Menor (Rhododendron ponticum ssp ponticum), bem como na Península Ibérica - Serra do Caramulo, Serra de Monchique e em Cadiz, Sul de Espanha (Rhododendron ponticum ssp baeticum).
A Reserva Botânica de Cambarinho, verdadeiro paraíso, vale pelo conjunto de espécies botânicas nativas que encerra. Merece a pena uma visita a este vale encantado, especialmente em Maio, princípios de Junho, época de floração dos rododendros. Possui um percurso pedonal devidamente sinalizado com informações relativas ao património natural e arqueológico que encerra.
Quanto ao futuro, seria bom que se procedesse à construção de um Centro Interpretativo que satisfizesse a curiosidade dos amantes da natureza, especialmente fora da época de floração dos rododendros. Quanto às árvores exóticas que a reserva possui no seu interior, deveriam ser erradicadas. Refiro-me aos eucaliptos, bem como a alguns pés de carvalho americano e liquidambar que embora plantados com boas intenções aí aparecem desenquadrados.
Quanto ao futuro, seria bom que se procedesse à construção de um Centro Interpretativo que satisfizesse a curiosidade dos amantes da natureza, especialmente fora da época de floração dos rododendros. Quanto às árvores exóticas que a reserva possui no seu interior, deveriam ser erradicadas. Refiro-me aos eucaliptos, bem como a alguns pés de carvalho americano e liquidambar que embora plantados com boas intenções aí aparecem desenquadrados.
Rafael Carvalho / Jun2008
4 comentários:
Muito bem.
Obrigado!
Acabei de fazer um artigo sobre este tesouro...
What were the original tree species in a valley before the fires in 2017?
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