Tal como a ferradura do meu último post, também a habitação da imagem se localiza em relva, vertente Sul da Serra do Alvão.
Sobre o R/C em pedra surge o primeiro andar em tabique, vestígios de um ancestral e ecológico método construtivo que alia a madeira e a terra como matéria-prima. O tabique surge aqui revestido a chapa, o que lhe confere maior durabilidade.
Coberta pelo normal telhado da casa, com os topos fechados e em ressalto sobre o R/C, a varanda da imagem assenta no prolongamento dos barrotes do soalho. Esta solução foi outrora muito difundida em Terras do Douro, Beira e Trás-os-Montes.
Nesta vasta região nortenha, a varanda acaba por se assumir como zona de transição entre o interior e o exterior. Enquanto no Inverno permite aquecer o corpo ao sol, no verão convida ao serão. Na varanda seca-se a roupa e os frutos e nela se dependuram as cebolas. Também na varanda se remendam as meias e se partem as couves para o caldo.
Rafael Carvalho / Jul2009
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