segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Roupa estendida...

Foto: Leomil, Mta. da Beira + Se há roupa estendida, há vida, há gente!...
(…) Como diz Villaret, a roupa na janela é um retrato dos seus proprietários. Se por acaso vemos uma camisola de futebol, percebemos que o filho mais velho vai jogar futebol (…). Se vemos um alinhamento de peúgas esburacadas, descobrimos que não existe uma avó que se dedique à nobre tarefa de passajar a roupa. Se surgem camisas de dormir com formas voluptuosas, damo-nos conta da turbulência libidinal que vai por aquela casa. Se vemos um xaile preto, cheira-nos a fado. Se vemos umas calças de ganga cheias de tinta branca, compreendemos que o pai trabalha na construção civil. Se vemos uma farda reluzente, ficamos a saber que há guarda republicano nas imediações. Se existe uma farda de bombeiro, sentimos o odor a fogo na floresta. Se vemos um conjunto de meiinhas cor-de-rosa, avançamos com a hipótese de o bebé ser menina. (…) (…) E deste modo ficas a conhecer a vida quotidiana daquela família, os membros que a compõem, a sogra que vem passar duas semanas (…).
Eduardo Prado Coelho / in Nacional e Transmissível
Rafael Carvalho / Jan2009

5 comentários:

Rafael Carvalho disse...

Liliana,
as povoações despovoadas deixam-me deprimido. É por isso que aprecio tanto estes sinais de vida.
Cumprimentos.

J.G. disse...

Também gosto de fotografar roupa estendida a secar, sobretudo nas aldeias.
Cumprimentos

Rafael Carvalho disse...

Júlia,
já tinha reparado que tínhamos alguns gostos em comum!...
Cumprimentos.

Unknown disse...

está muito boa a fotografia, bom ângulo. roupa estendida também é algo que prende a minha imaginação :D

Rafael Carvalho disse...

AC,
sinais de vida...
Cumprimentos.