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No início do presente ano, fiz neste blogue uma dissertação sobre a Arquitectura Vernácula da Beira Litoral. De férias na região, vi num folheto turístico relativo ao concelho de Mira uma descrição da Casa Gandaresa. Passo a transcrevê-lo.
Casa Gandaresa
“Casa tradicional da região, com notórias influências características das áreas mediterrânicas, terá sido importada para a Gândara, sofrendo, ao longo do tempo, constantes adaptações às condições sócio-económicas aqui vividas no séc. XVIII e XIX.
É uma casa térrea de formato em “L”, com pátio fechado, telhado de duas águas e construída de adobes de areia e cal, secos ao sol. A frente da casa é sistematicamente formada por janela-porta-janela e um largo portão de duas folhas, que permitia a passagem, para dentro e para fora, dos carros de bois e respectivas carradas de produtos agrícolas. Por baixo do beiral, uma esmerada cimalha horizontal ornamentava a fachada da habitação.
Os vãos das portas, das janelas e do portão eram geralmente reforçados e ornamentados com pedra de cantaria, originária de Ança. De referir a existência, no exterior da fachada, de respiradores abaixo dos soalhos, na parte inferior da casa, bem como, na parte superior do lado da casa da arrumação, a existência dos “óculos” do sótão, para iluminação e arejamento do mesmo.”
Fonte: Concelho de Mira / Mira… no coração da Gândara. Folheto turístico/2009
Para mais informações sobre a casa gandaresa clique aqui
Rafael Carvalho / Ago2010
5 comentários:
Caro Rafael,
Há alguma bibliografia sobre as casas de Trás-os-Montes?
Caro JP,
relativamente à arquitectura tradicional transmontana, não conheço nenhum livro que se debruce especificamente sobre o assunto. Os livros “Arquitectura Popular em Portugal” de João Afonso e “Arquitectura Tradicional Portuguesa” de Fernando Galhano e Ernesto Veiga De Oliveira, dedicam-lhe um capítulo.
Pode ver a capa destes livros em "http://arquitecturadouro.blogspot.com/2007/12/livros-recomendados.html".
Cumprimentos.
Curiosamente, sou o dono da casa gandaresa que publica neste post. Entrando pelo portão, havia à direita uma adega, dando para o pátio, e, à esquerda, uma grande cozinha. Ao fundo, à direita, uma casa da lenha e uma eira. Havia também currais e duas grandes figueiras pingo-de-mel. Um pequeno muro separava esta zona de estrumeira do quintal, todo a vinha. Um grande abraço.
Desta casa não é dono, só se o senhor joão miranda é o meu pai mas com um pseudonimo. :o)
E curioso que por acaso tinha mesmo 2 figueiras pingo mel.
"Desta casa não é dono, só se o senhor João de Miranda é o meu pai…" Pois não, não sou, de facto o dono, mas passei grande parte da minha infância e adolescência dentro dela. Essa casa é dos meus grandes amigos Senhor Zé Ferreiro, ou os filhos João da Martinha ou Zé da Martinha… Você deve ser filho de um destes últimos. Acertei?
João de Miranda Maranhao
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