quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Alminhas


Foto: Gogim, Armamar

O Norte e Centro do País está povoado de alminhas e outras manifestações populares de religiosidade – vias-sacras, Passos, calvários, cruzeiros, nichos de santos… O Douro não é excepção.
Apesar da sua simplicidade, estas manifestações não deixam de ser um factor importante na identidade arquitectónica local.
Relativamente às alminhas, encontram-se normalmente erguidas nos cruzamentos e entroncamentos de caminhos, podendo ainda surgir embutidas em muros ou mesmo na frontaria das casas.
Dedicados às divindades protectoras dos viajantes, já os antigos gregos, romanos e celtas erguiam nas encruzilhadas pequenos altares.
Junto das alminhas “activas” é frequente a presença de flores, velas e lamparinas, bem como uma caixa de esmolas.
Local de oração, evocando em alguns casos a morte de alguém, as alminhas estão associadas ao culto dos mortos. Pintado sobre madeira, metal ou mais recentemente sobre azulejo, frequentemente a alminha é composta por um retábulo com a representação das almas a arder no Purgatório.
O saque é certamente a principal causa para que muitos dos oratórios se encontrem vazios. Para prevenir esta situação, encontram-se por vezes protegidos por uma grade em ferro ou madeira.
Inscrições existem que solicitam aos caminhantes uma oração pelos que crepitam nas labaredas do Purgatório:

"Ó vós que ides passando / Lembrai-vos de nós que estamos penando”.
Rafael Carvalho / Jan2008

4 comentários:

Maria Lua disse...

Obrigado pela partilha de tão interessante informação.
:-)

Rafael Carvalho disse...

A grande vantagem do blogue está precisamente na partilha, sinónimo de utilidade...

Anónimo disse...

Olá Rafael Carvalho
Segui o seu convite e cá vim eu ler o seu post sobre as alminhas.Estava convencida que as alminhas evocavam unicamente a morte de alguém, no próprio lugar onde se erguem.
A foto da alminha é linda.
Boa semana de trabalho para si
MariaGabela

Anónimo disse...

Todo tem uma historia e eu não sabia sobre as alminhas.
Em patologia bucal não se estuda nada de historia, então este blog me pareceu muito informativo e interessante.